terça-feira, 5 de abril de 2011

Pretexto

Li no livro dos seus olhos
Nas paginas do teu corpo
As letras apaixoante
Vou grifar uma por uma

Vou fazer um resumo
Elaborar um texto
Criar um pretexto
E te reeditar

Carente de você
Tô doidinha pra te lê
Fiz uma invenão pra te ter
So não sei como vai ser


Meu querer não tem prazer
Se vc não aparecer
Vem cá menino levado
Me deixa te conhecer

Vai desbulhando como é
Esse caminho pra chegar até seu ser
Vou  entrar nesse texto
E tatuar você em mim

Doçura

Nasci dura, heróica, solitária e em pé. E encontrei meu contraponto na paisagem sem pitoresco e sem beleza. A feiúra é o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual. E desafio a morte. Eu - eu sou a minha própria morte. E ninguém vai mais longe. O que há de bárbaro em mim procura o bárbaro e cruel fora de mim. Vejo em claros e escuros os rostos das pessoas que vacilam às chamas da fogueira. Sou uma árvore que arde com duro prazer. Só uma doçura me possui: a conivência com o mundo. Eu amo a minha cruz, a que doloridamente carrego. É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar comiseravelmente o sacrifício da noite.


Clarice Lispector

Segredo

No encontro com o poema
Escutei o hino do amor
Era uma musica belissima
Entoada com vigor
Pensei que fosse uma prenda

Cante outra e surpreenda
Do jeito que essa impressionou
No mesmo tom que tocou
Que vou armar uma tenda 

Nesta barraca tu entra
Tu leva logo o  produtor
Eu arrumo  o cantor
Fazemos o par  e nós dança

Um belo par se apresenta
Nesta noite de calor
Nós combinamos o passo
O resto e nós dois que inventa.

Nesse meio sem muvuca
Tem gente de todo lado
Uns tanto mais avançados
 O jeito é ficar  bem atenta
  
Os misterios nimguém conta. 
Cuidemos de ouvir violino
O  vinho levamos ao trono
 Fica escrito as lembranças...